As Raízes Da Era Global Do Espírito Santo - 30/03/2014

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28 de Março de 2021

Ainda se podiam ouvir os clamores dos escravos nas senzalas, e os acordes profundos que os “negro spirituals” evocavam. Muito mais do que cânticos de um passado recente, exprimiam a dor de alma dos negros em cativeiro, buscando consolo e forças para viver. E a Escritura se repete: “Os filhos de Israel gemiam sob a escravidão, e por causa dela clamaram, e subiu a Deus o seu clamor” (Gênesis 2.23) E, mais uma vez,  “o Deus Soberano ouviu o clamor dos seus filhos... E desceu para livrá-los” (Êxodo 2.24). O Vento do Espírito já soprava ternamente, enquanto as mais sentidas canções soavam como gemidos, nas frias noites do inverno americano: “Vai Moisés, tira meu povo do Egito...” (Êxodo 3.10).(...)

A chegada do Século 20 prenunciava grandes maravilhas. A partir da América do Norte cristã, evangélica, tradicionalista e, ao mesmo tempo puritana, preconceituosa e segregacionista, Deus abria espaços para novas e empolgantes ações.(...)

Aquele acanhado depósito da Rua Azusa não tinha nenhuma aparência. Feio, sujo, sombrio e mal cuidado. Mas foi para esse lugar que, a partir da pequenina Missão Peniel, alcançou a Rua Bonnie Brea 214, e logo instalou-se nesse antigo pardieiro da Rua Azusa, sob o nome de Fé Apostólica. E, para espanto de todos à época, de repente começaram a reunirem-se ali homens e mulheres, brancos e negros, cultos e ignorantes, pobres e abastados, provenientes de diferentes denominações religiosas. Todos podiam orar, cantar, dançar, pregar e juntos adorarem a Deus. Não havia segregação, porque o Espírito Santo quebrara todas as barreiras!(...)

Depressa as reuniões cresceram. O lugar já não comportava a multidão. Os cultos se estendiam por horas e horas, durante dias e noites.

Eram reuniões do Espírito Santo, dirigidas por Deus. Num lugar pobre, para deixar fora o egoísmo humano. Todos eram iguais e tinham tudo em comum... (...)

O “soul” “balsamizava” a Teologia, humanizando a doutrina. A Unção amaciava o coração do americano negro ferido, em busca de consolo. E as compaixões de Deus se derramavam sobre o coração dos americanos brancos. Isso provocaria uma das mais profundas revoluções espirituais que o mundo viria a conhecer.(...)

Naquela América sofrida, e dividida, surgia o mais forte despertamento do Espírito Santo que marcaria época e transbordaria além-fronteiras. (...)

O Espírito Santo sempre esteve em ação no mundo. Desde o “princípio”. E prosseguiu ao longo do tempo atuando entre os povos e abrindo espaços através de homens escolhidos.(...) A Obra de Deus jamais cessa.

Hoje, a Presença do Espírito Derramado agita a Igreja, e,  a seu tempo, também o mesmo Espírito revelará o joio, e o separará do trigo. Deus é Soberano, e nada pode detê-Lo.

- “Agindo Eu, quem impedira?” (Isaías 43. 13)

Pr. Reuel Pereira Feitosa

Extraído do livro: Face a Face - Vol. 3,  2012, págs. 227 a 235