Encare O Anjo - 10/11/2013

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A fé é sempre atrevida. Isso é resposta que se dê ao Anjo do Senhor? Foi assim mesmo. A luta durara a noite inteira. Jacó agarrado ao Anjo, seguro pelos braços, presos pelas pernas. Os corpos se confundiam. Apenas se destacando pelo brilho sobrenatural do Ser Divino.

- Solta-me, pois já está amanhecendo,  exigiu o Anjo.

Tal era o empenho de Jacó, tamanha a necessidade, que decidiu manter-se ali. Agarrado. Firme. Seguro nos braços fortes daquele Ser  Celestial.

Afinal, nada mais tinha a perder. Passara o ribeiro do Jaboque (32.23). Chegara ao outro lado, alcançando uma nova esfera de vida e  ambiente. Tudo era pura esperança.

Ele sabia, no fundo de sua alma, que Deus queria fazer, e já estava fazendo, algo novo em sua vida.  Mas dentro deste lado novo de Deus.

Somos tão renitentes com Deus. Insistimos em nossa posição, o nosso status, a nossa condição e ministério. E não vemos a benção mais adiante. Atravesse o Jaboque, faça como Jacó!

Aquele homenzinho teimoso, o tal “bichinho de Jacó” (Isaías 41.14), não se abalava sob o peso daquele braço sobre si. Jacó lutava... Lutava... E lutava... Até que a alva subiu (v.24). O sol não ofuscou seu rosto... A luz não doeu nos seus olhos... Ele só media os olhos daquele com quem pelejava!

Ele só tinha que lutar. Atravessara o ribeiro, as duas mulheres, as concubinas, os onze filhos e tudo o que possuía. Ele sabia o que buscava. Queria o que não tinha, o tudo do Anjo, o melhor que pudesse  receber.

A benção da primogenitura não fora tudo, ainda. Quando Isaque acabou de dá-la, Jacó ia saindo... (27.30) Mais que uma promessa, ou mesmo um direito filial, buscava ele uma benção particular, pessoal, definitiva; Indiscutível que ultrapassase a compreensão, os sentimentos e as postulações de Esaú.

O Jacó incorreto buscava uma benção correta. No fundo de sua alma ansiava ser  um homem justo. Precisava “quebrar a casca” que faria desabrochar esse seu “outro eu” escondido, encoberto pela esperteza e as manipulações dos tempos de criança (Gênesis 27).

Jacó tinha que ser quebrado para dar lugar ao verdadeiro Jacó, que apenas Deus conhecia.

Rebeca, nas brumas da revelação, intuía aquele que seria a força geradora de uma nação, caracterizada pela esperança do Messias.        

Mas o justo, por sua  fé viverá (Habacuque 2.4). Rebeca, sem o saber, creu.

Por isso, Deus  escolhera Jacó  para trazer à luz um povo chamado Israel. E desse povo, Jesus Cristo, do qual Jacó era um tipo, e não o sabia!

Olhe esse Anjo no olho. As duas figuras entrelaçadas simbolizam a única possibilidade dessa luta profetizar-nos a eclosão de Jesus Cristo, Homem-Deus. Jesus resgata o melhor do homem Jacó, e o Cristo, a Plenitude do Filho de Deus.

Jesus Cristo é esse Anjo, a síntese de todos nós pecadores, remidos por Ele para tornarmos a ser o que o Senhor nos propuzera desde o princípio - A expressa imagem de Deus.

Deixe quebrar a casca da existência puramente humana:  dramas, sofrimentos, enfermidades, preocupações materiais, financeiras, familiares, intelectuais, políticas e sociais. Atravesse esse Jaboque. Segure o Anjo.   Face a face.    

- Não vou soltá-lo, enquanto não me abençoar!

Encare o Anjo. Ele é muito mais do que você pode saber, pensar, ou imaginar.

Deus abencoe você.  

               

Pr. Reuel Pereira Feitosa