“...Esta brasa tocou os seus lábios, as suas culpas foram tiradas
e os seus pecados foram perdoados”
(Isaías 6.7)
Eu O vi assentado sobre o seu Trono. Presença indescritível, grandeza imensurável, majestade se expandindo sobre a Casa. Meus olhos o tocaram, e quase morri. Impossível resistir a Ele, a força do seu Ser. Inconcebível tê-lo assim, tão vivo, tão próximo, real como só Ele pode ser.
Seu manto se estendia pelo Templo. Descia majestoso para adiante, acima dos paramentos, dos ornamentos e apetrechos carinhosamente dispostos sobre o espaço nobre. Iam se debruçando, torcendo-se e distorcendo-se, compondo mais uma cena indescritível de exaltação ao Deus Eterno.
À sua volta bailavam santamente os serafins. As evoluções que faziam deixavam no ar o rasto inconfundível da santidade, as marcas da graça sublime e o cheiro da glória do Pai.
Eles iam e vinham, planando à volta, em torno, acima e abaixo, na indistinguível dimensão da glória do Senhor no seu Santo Templo. Ao chegarem mais perto, os serafins cobriam-se com as mãos no rosto à ofuscante Luz de sua presença; com duas cobriam o corpo em reverência e as outras duas mãos se abriam ao expandir do impulso que flui da Presença do Senhor.
O espetáculo do instante indescritível, daquele culto singular em Espírito e em Verdade, fez abalar os fundamentos do Templo, sacudir os seus portais, agitando as suas traves. As colunas tremeram sobre os alicerces e a cobertura se moveu abrindo-se à Glória do Senhor.
O Céu descia ali.
Isaías caiu por terra.
Uma cortina de névoa dominava o espaço, protegendo em discreto ocultamento, o que olhos humanos não suportariam ver naturalmente - a presença solene do Soberano Deus Todo Poderoso.
- Ai de mim. Estou perdido, pois sou homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios... E com os meus próprios olhos vi o Rei, o Eterno e Todo Poderoso! (Isaías 6.4).
Então, um dos serafins, tirou do Altar uma Brasa Viva, e tocou a minha boca. E disse: Esta Brasa tocou os teus lábios, as tuas culpas foram tiradas e os teus pecados estão perdoados.
- Eis-me aqui. Envia-me a mim!
Vou enviar-te, sim. Mas eles estão surdos e não querem ouvir. Só entenderão quando suas cidades forem destruídas, suas casas aniquiladas; as ruas esvaziadas e os campos nada produzirem. Muitos irão para longe, outros tantos perecerão no cativeiro... Grande será o desamparo, até no meio do meu próprio povo (6.12).
Mas do restante fiel, o renovo do meu Espírito, reedificarei os muros, erguerei o Templo, restaurarei o Culto e soerguerei o Meu Altar. E haverá salvação para todo aquele que invocar o Nome do Senhor, e for fiel até a morte (Joel 2.32).
A árvore desfolhada reverdecerá e o carvalho permanecerá firme para sempre. E a Santa Semente gerará novos frutos de justiça, alegria, vida e paz (6.13).
A glória do Senhor permeia a Minha Casa, os serafins planam em meio à presença fumegante do Senhor.
- A quem enviarei? - pergunta o Senhor dos Exércitos.
- Estou indo, Senhor!
O Profeta se levanta, se ergue, e bem depressa se põe de pé. (6.8).
A Brasa Viva de Puro Fogo Incandescente arrebata o Seu Altar! (6.13).
Deus abençoe você.
Pr. Reuel Pereira Feitosa