“Ainda há bálsamo... Sobe até Gilead”

(Jeremias 8.22 e 46.11) 

As ruas continuam agitadas. O entulho nas calçadas e os destroços dos baderneiros... Tristeza no semblante dos policiais. E as marcas do sangue dos feridos.

E a “Filha do meu povo” conta seus mortos.

Pesa o silêncio em minha cidade. O ar parou. As folhas das árvores não se agitam e os pardais se recusam a voar. As brancas  pombinhas não arrulham mais...

Hoje, o sol nasceu estremecido, coberto por uma sombra escuro avermelhada.

- O que é isso que fizeram com o meu povo? (Jeremias 11.1ª).

“Vi”, então, Neemias entre os escombros de Jerusalém, o resto dos muros e o que sobrara da ira do “Inimigo”. Os portões se tinham consumido, os ferrolhos destruídos.  Mas a impressão era tão viva que ainda pareciam exalar fumaça, cheiro de coisas queimadas e o ardor lacrimejando os olhos...

As muralhas caídas. Os jovens levados cativos. Somente alguns velhinhos escaparam ao holocausto (Neemias 1.3). E não houve funeral aos que tombaram na peleja.

Durante muitos dias fiquei chorando. E nada comi. E disse ao Deus do Céu: Tu és grande e nós te tememos. Olha para mim, ó Deus, e ouve as orações que faço dia e noite em favor dos  teus  servos. Confesso que nós, teus filhos de Israel, pecamos. Com nossos atos temos pecado contra Ti e não temos obedecido aos  teus  mandamentos (Neemias 1.4-7).

 Um dia nos chamaste e constituíste farol para as nações (Isaías 49.6). Muito mais que a excelência de sermos reedificadores de muros e cidades, nos determinaste  alcançar a  todas as nações, a sermos luz e salvação, vida e esperança, até às extremidades da Terra.

 Sim, porque do Senhor é a Terra e a sua plenitude; o mundo e os que nele habitam (Salmo 24.1). Não importa a nacionalidade, o idioma, a cultura, a cor ou as tradições do povo. Tudo e todos somos propriedade do Senhor.

Os governantes nada têm e nadam sabem. Os reinos deste mundo estão nas mãos do Deus Soberano.

Enquanto milhares de pessoas e povos desmaiam pelas ruas, coração apertado e alma simples, o Inimigo projeta armadilhas...

Mas o Senhor Deus vela: Operando Eu, quem impedirá? (Isaías 43.13).

Essa peleja não é da carne e sangue, mas uma guerra contra as hostes da maldade nos lugares celestiais (Efésios 6.11). O Senhor  batalha  por nós.

Babilônia caiu e ficou arrasada. Chorem por ela (Jeremias 51.8ª).

O que esperamos daqui? O que podem fazer os “reis da Terra”? E o que conspiram? (Salmo 2.2). Eles não sabem discernir. Estão muito longe do Senhor.

“Ó reis, sede prudentes, deixai-vos advertir, juízes da Terra” (Salmo 2.10).

Vinde, e tornemos para o Senhor, porque Ele nos despedaçou, e nos sarará; fez a ferida, e a ligará (Oséias 5.1).

Entregue-se a Ele totalmente.  E descanse.

Há bálsamo em Gilead. Há um Grande Médico lá. 

 Suba! (Jeremias 46.11ª)

Pr. Reuel Pereira Feitosa

(Em  27/06/2013, dia seguinte à mais forte  das manifestações em B.Hte-Brasil)