«... Se o grão de trigo caindo na terra, não
morrer, fica ele só ...» - (João 12.24)
Ahkuen, certo dia, depois de longas conversas
e intenso preparo, pediu a bênção dos
Missionários para partir. E lá se foi o nosso
querido homem de Deus. Na verdade, ele se
tornava o primeiro missionário Peniel ao
interior da China.
Ahkuen foi subindo os caminho para o norte.
Ele buscava nunca afastar-se muito da costa,
de tal maneira que pudesse regressar
facilmente.
De aldeia em aldeia ele seguiu.
Visitava as casas mais pobres. Entrava em
cada choupana. Todos paravam para ouvi-lo e
queriam saber como vencera o terrível
vício do ópio.
Nas pequeninas palhoças sombrias ele se
reunia com o povo. Abria a Bíblia e anunciava
uma nova esperança, uma verdadeira vida de
paz e a salvação em Cristo.
Posso imaginar aqueles humildes lavradores,
homens do campo, tirando o chapéu de palha,
pontiagudo e feito à mão, para ouvirem
reverentemente a Palavra de Deus em sua
própria língua ou dialeto.
Muitas lágrimas aconteceram. As conversões
foram ocorrendo aos montes. E ele foi
estabelecendo, ao longo do interior da China,
mas não muito distante da costa, uma
sequência de incontáveis “comunidades de
oração e estudo da Palavra.”
De Zhohay à Cantão, passando por Shangai e
subindo até a Mongólia interior, ele foi
deixando as pegadas da cruz.
Ahkuen conseguiu fazer duas dessas viagens
mais longas. Ele mesmo contou, que em
algumas dessas vilas, havia estabelecido
pequenas “casas de recuperação”. (...)
... Entre os milhares de cristãos que hoje
existem secretamente na China, uma parte
imensa, incalculável e abençoada – ouso dizer
- se deve aquele pequenino ex-drogado,
encontrado nas ruas de Macau.
Ainda vejo o seu sorriso, o cheiro do peixe
saboroso na cozinha, Moreira e Rogério com
olhos sequiosos aguardando à mesa, em
nossa pequena sala de jantar, em Hai-Pong.
Pr. Reuel Pereira Feitosa. In:
«China, a Grande Muralha da Fé»
B. Hte, MG. 2004. Págs 34-36