«Ossos secos, ouvi a Palavra do Senhor...»
(Ezequiel 37.3-4)
Ele fora levado ao meio do vale de ossos
secos. Vale da morte, cemitério arruinado,
onde a esperança e a vida há muito perec
eram. Ezequiel caminhou ao redor deles,
moveu-se dentro da cena macabra, viu de p
erto a desgraça, sentiu o cheiro, a podridão
acumulada daqueles mortos aos montões!
(v.2).
«Poderão reviver esses ossos?»
- perguntou-lhe o Senhor.
«Tu o sabes» - respondeu o Profeta.
«Profetiza aos ossos secos; Profetiza: ouvi a
Palavra do Senhor!» - Ordenou (v.4).
Só a Palavra do Senhor gera vida. A Palavra
levanta da morte. Ossos não têm ouvidos;
Entulhos de crenças distorcidas, profanações,
abominações e rebeliões: Poderão ainda
experimentar o abalo da Palavra e do Espírito,
e despertar da morte? Para além desse caos,
do nada e não vida, paira acima a Voz de
Adonai Elohim: «Haja luz!» (v.3).
Ordem estranha. Descabida. Cortante e
descontextualizada. Mas ordem de Deus:
«Profetiza a Palavra que te ordeno! E enquanto
eu profetizava, ouve um ruído, barulho surdo
como de um terremoto, ossos que se batiam
contra ossos e se
ajuntavam cada um ao seu osso!» (v.7).
Um vale de ossos destroçados, sem vida, sem
esperança. Frustrações, vazios e «ais». No
coração dos príncipes e dos reis, impérios e
reinos; desilusão dos anciãos, revolta dos
jovens e choro das crianças de peito. A dor, a
peste, a morte, o laço e a guerra batem forte
sobre as sepulturas abertas ao léu!
(Is 24.17).
Desfigurados humanos, caveiras, esqueletos,
sombras movediças. A cidade, o Templo, o
Altar, o Lugar Santo e o Santíssimo às escuras
(Ez 8.12). Raros os Sacerdotes a oferecerem a
vida ali...
«Não pudestes velar comigo nem uma hora...!»
(Mat 26.40).
Esse féretro de morte global logo será
interrompido, como o da Viúva de Naim
(Mc 7.12-16).
Esqueletos, corpos sem vida,
instituições, estruturas e seres moribundos se
levantarão à Ordem da Palavra e do Espírito
do Senhor. A Terra será cheia da glória de
Deus, para sermos «arrebatados»
(1 Ts4.16-17)
«Poderão reviver esses ossos?»; também a ti
te envolvem?
Além do Corpo do Senhor, as mãos em
chagas, os pés sangrando, o lado aberto, o
coração rasgado pela lança do soldado e nem
a coroa de espinhos. A morte era preciso. Até
a última gota de sangue sobre a terra. Os
trovões, a tempestade, o céu revolto, o apagão
do sol, os sepulcros rangendo e os mortos
claudicando pelas vielas de Jerusalém...
Depois de tudo o que Deus fizera, o povo ainda
endurecia o coração. Batia nos peitos, cheio
de remorsos, mas vazio de arrependimento!
(Mt 27.32-54). Mas existe a fidelidade de Deus
à Sua própria Palavra (Gn 3.15; Is 53). Ele jurou
por si mesmo (Gn22.17). E disse: «Profetiza ao
Espírito, profetiza, ó Filho do homem:»
«VEM DOS QUATRO VENTOS, Ó ESPÍRITO, E
SOPRA SOBRE ESTES MORTOS PARA QUE
VIVAM» (v.9).
«E entrou neles o Espírito; e viveram, e se
puseram em pé, como um exército
poderoso» (v.10).
A Palavra que Eu falei se cumpre (Ez 12.28).
Irrompa a Palavra e o Espírito da vida sobre a
vossa vida, e vivei, cristãos do Século 21.
Assim diz o Senhor.
Pr. Reuel Pereira Feitosa