Por Que A Sarça Não Se Queima? - 25/05/2014

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... E a Sarça não se consumia...    (Êxodo 3.2)      

 Naquele espaço amplo apareceu a sarça. Um arbusto pequeno, quase seco.  Esticava seus galhos retorcidos acima das areias quentes. Árvore própria do ambiente. Seu habitat natural.  No profundo da terra buscava nutrientes, mas vivia mesmo da força do sol, do vento, e da intempérie permanente.

Quase um pedaço de lenha seca. Uma postura distorcida e acinzentada, marcando posição à beira do monte Horebe. O que fazia ali esse arbusto? Que espécie de guarda ele montava? Qual o propósito de sua vigília permanente? Ou, seria mesmo um posto avançado da graça divina a sacudir os viajores desavisados, de haver algo ainda maior nos contrafortes da Montanha?

Moisés se assustou ao deparar-se com a sarça incandescente. Acostumado que estava a ver aquele arbusto, por que a surpresa? O que aconteceu? Quem protagonizou aquele espetáculo – Moisés, ou foi mesmo a sarça?

Nem Moisés, e menos ainda a sarça. O Deus Soberano controlava tudo. Somente Ele poderia entender o coração, a mente e os sentimentos agitados de Moisés. Há muito Ele continha a paixão pelo Deus Vivo, e sufocava as saudades do seu povo de Israel.

Do fundo do seu subconsciente renasciam as lembranças da servidão no Egito; o chicote dos feitores, a execução dos meninos, a escravidão dos jovens e o desconsolo dos pais. Também viu a aniquilação dos anciãos de Israel... Os valores mais sagrados de sua gente se perdiam...

Mas ele, Moisés, apenas fugia... Tentara fazer justiça por suas mãos... E o sangue lhe pesava na consciência (Êxodo 2.1-15). E ainda havia as acusações de satanás e as deprecações de Zípora:  “- Esposo sanguinário és tu.”  (Êxodo. 4.25), vociferava.

Atraído, aproximou-se devagar. Ele vinha chegando. Olhos firmes sobre a sarça. Fascinado pelo esplendor e o inusitado, ele vinha. Irresistivelmente, aquela sarça estranha o trazia para bem perto, e mais ainda: “- Vou ver isso de perto” (Êxodo  3.3).

A sarça o convidava a vir. A visão o tomava por completo. E ele ia se entregando, sem pensar, medir esforços, e sem olhar para trás. Tão decidido que estava, que o próprio Senhor o parou a meio caminho:

 - Moisés, Moisés!

Perigo à frente. É preciso parar. Algumas vezes a ansiedade é tão grande, a dor tão maior, que homens de Deus avançam sem pensar. Afinal, ele era israelita, conhecia as tradições e as sagas do seu povo. Tinha mesmo que ir adiante. Mas na hora de Deus.

Acho que o Senhor de Toda a Glória deteve Moisés porque ele, perigosamente, se aproximava d'Aquele que seria imolado no Calvário - a Sarça sobre madeiro - no alto do Gólgota do outro lado de Jerusalém. Mas, não era a hora, ainda.

Ele teria que descalçar os pés (Êxodo 3.5).

Ter mãos limpas, coração puro, e saber amar - era preciso.

A Sarça Incandescente era Jesus Cristo, a quem ele procurava sem o saber.

Achegue-se a Ele você também.

 Deus abençoe você.

                         

Pr. Reuel Pereira Feitosa

(Esta meditação continua no próximo Boletim).